Foi nesta magnifica sala da Biblioteca Pública de Évora, repleta de palavras, pensamentos e pessoas, que no passado dia 21 de Março, dia Mundial da Poesia, decorreu mais um espectáculo dos Rastros de Oiro.
Mário de Sá-Carneiro (Lisboa, 19 de Maio de 1890 — Paris, 26 de Abril de 1916) foi um poeta, contista e ficcionista, um dos grandes expoentes do Modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração d’Orpheu.
Com Pessoa e Almada-Negreiros integrou o primeiro grupo modernista português (o qual, influenciado pelo cosmopolitismo e pelas vanguardas culturais europeias, pretendia escandalizar a sociedade burguesa e urbana da época), sendo responsável pela edição da revista literária Orpheu (e que por isso mesmo ficou sendo conhecido como a Geração d’Orpheu ou Grupo d’Orpheu), um verdadeiro escândalo literário à época, motivo pelo qual apenas saíram dois números (Março e Junho de 1915; o terceiro, embora impresso, não foi publicado, tendo os seus autores sido alvo da chacota social) – ainda que hoje seja, reconhecidamente, um dos marcos da história da literatura portuguesa, responsável pela agitação do meio cultural português, bem como pela introdução do modernismo em Portugal.
Verdadeiro insatisfeito e inconformista (nunca se conseguiu entender com a maior parte dos que o rodeavam, nem tão pouco ajustar-se à vida prática, devido às suas dificuldades emocionais), mas também incompreendido (pelo modo com os contemporâneos olhavam o seu jeito poético), profetizou acertadamente que no futuro se faria jus à sua obra, no que não falhou.
Reconhecido no seu tempo apenas por uma elite, à medida que a sua obra e correspondência foi publicada, ao longo dos anos, tornou-se acessível ao grande público, sendo actualmente considerado um dos maiores expoentes da literatura moderna portuguesa. Embora não tenha a mesma repercussão de Fernando Pessoa, a sua genialidade é tão grande (senão mesmo maior) que a de Pessoa, mas porém muito mais próxima da loucura que a do seu amigo.
RASTROS DE OIRO - F O T O S
Fotos de Sara Rodrigues
Sinopse
Espectáculo sobre Mário de Sá-Carneiro e a sua obra. Pegando em 14 poemas Mário de Sá-Carneiro e em 1 poema de Mário de Cesariny, construiu-se um espectáculo onde a representação se mistura com a poesia, procurando dar uma imagem da obra deste poeta, assim como das suas idiossincrasias, actualmente considerado um dos maiores expoentes da literatura moderna, a sua genialidade é tão grande que quase o aproxima da loucura. Verdadeiro insatisfeito e inconformista, não se conseguindo entender com a maior parte dos que o rodeavam, nem tão pouco ajustar-se à vida prática, devido às suas inconstâncias emocionais, acaba por ser incompreendido no seu jeito poético, embora profetizando que no futuro se faria jus à sua obra Com Pessoa e Almada negreiros, santa-Rita Pintor, entre outros, integrou o primeiro grupo do modernismo português, sendo responsável pela edição da revista Orpheu. As suas influencias literárias são de Edgar Allan Poe, Oscar Wilde, Charles Baudelaire, Stéphane Mallarmé, Fiodor DostoievsKi, Cesário Verde e António Nobre. Aquilo que se procurou foi trabalhar cada poema como se de um pequeno texto teatral, ou de uma personagem se tratasse, criando um espectáculo de cor e sonoridades.
Fixa Técnica
Para além do actor/diseur o espectáculo conta com um operador de som, que tem como função o manipular de um leitor de CD`s. Criação – António Olaio Actor/diseur – António Olaio Operação de som – Anabela Felicio
Espaço Cénico
O espectáculo pode ser realizado num tradicional espaço de teatro, como numa sala de bar
Duração
O espectáculo tem a duração de cerca de 40 minutos.
Luz
Em termos de iluminação, basta uma iluminação geral de palco que pode ser adaptada, não havendo um desenho de luz pré-definido.
Poemas ditos
- Elegia a Sá-Carneiro, poema de Mário Cesariny.
Poemas de Mário de Sá-Carneiro - Campainhada - Cinco horas. - Rodopio - Torniquete. - Lord. - Ápice. - A Inigualável. - Quase. - Como eu não possuo. - Recreio. - Não. - Serradura. - Caranguejola. - Aqueleoutro.